
Suas vinhetas suaves e melancólicas e suas sutis melodias agridoces — Ray fala de chás da tarde ("Afternoon Tea"), cigarros ("Harry Rag") e lamenta o fim da temporada ("End Of The Season") — foram precursoras de The Kinks Are The Village Green Preservation Society, que seria lançado no ano seguinte e apresentaria uma visão de mundo nostálgica e tipicamente britânica. Infelizmente, era fora de época: grupos psicodélicos mais coloridos, como The Jimi Hendrix Experience e Cream, estavam no auge, e os Beatles tinham acabado de lançar seu LP mais conceitual, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Resultado: este álbum dos Kinks parecia ultrapassado e inconseqüente.
Na verdade, essa musicalidade menos expressiva e as letras charmosas e tristonhas de Davis sobre o dia-a-dia são o que faz do disco, hoje, um tesouro. Os destaques são "Two Sisters", uma alegoria sobre os irmãos Davies (Ray é Priscilla, que sofre com a "monotonia do casamento"; Dave é a solteira e livre Sybilla); "David Watts", um conto homoerótico sobre uma paixão escolar; e "Waterloo Sunset", uma incomparável homenagem a Londres que representa o ápice do talento de Ray Davies. (Jon Harrington)
____________________
01. David Watts (R. Davies)
02. Death Of A Clown (R. Davies, D. Davies)
03. Two Sisters (R. Davies)
04. No Return (R. Davies)
05. Harry Rag (R. Davies)
06. Tin Soldier Man (R. Davies)
07. Situation Vacant (R. Davies)
08. Love Me Till The Sun Shines (D. Davies)
09. Lazy Old Sun (R. Davies)
10. Afternoon Tea (R. Davies)
11. Funny Face (D. Davies)
12. End Of The Season (R. Davies)
13. Waterloo Sunset (R. Davies)
____________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário