
Os Mutantes flutuavam nesse redemoinho — Rita Lee e os três irmãos Baptista (apenas dois apareciam no palco). Quer saber de uma esquisitice? Dois minutos depois de começar a faixa de abertura, "Panis Et Circenses", o toca-discos parece diminuir a rotação e parar. Quando a pessoa levanta para ver o que aconteceu, o aparelho volta à vida. E, quando senta novamente, a música termina com os ruídos da banda fazendo uma refeição — uma sonoplastia da sala de jantar mencionada na letra.
A iluminada "A Minha Menina" vem a seguir, com as guitarras distorcidas e efeitos eletrônicos feitos à mão pelo terceiro irmão Baptista. Parece um pop perfeito para ser tocado em Copacabana, mas os hippies estavam sendo fisicamente atacados de todos os lados. Em 1968, o governo brasileiro adotou o estado de exceção. Gilberto Gil e Caetano Veloso se exilaram; o Tropicalismo evaporou. Os Mutantes, claramente incapazes de liderar qualquer revolução, continuaram e, na verdade, cresceram em popularidade no início dos anos 70. Devem ser lembrados pela insana "Bat Macumba" (o samba "Tomorrow Never Knows") e "Baby" (uma "Eleanor Rigby" erótica). (David Hutcheon)
____________________
01. Panis Et Circensis (Gil, Veloso)
02. A Minha Menina (Ben)
03. O Relógio (Baptista, Dias, Lee)
04. Adeus, Maria Fulô (Sivuca, Teixeira)
05. Baby (Veloso)
06. Senhor F (Baptista, Dias, Lee)
07. Bat Macumba (Gil, Veloso)
08. Le Premier Bonheur Du Jour (Renard, Gérald)
09. Trem Fantasma (Baptista, Dias, Lee, Veloso)
10. Tempo Perdido (Once Was A Time I Thought) (Phillips, Baptista, Dias, Lee)
11. Ave, Gengis Khan (Baptista, Dias, Lee)
____________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário