
Na verdade, Banhart é impossível de decodificar usando os códigos normais do velho folk. Mesmo as tentativas de descrever as melodias de um violão estranhamente afinado em "Poughkeepsie" como uma revisão vanguardista e psicodélica da Anthology Of American Folk Music (1952), de Harry Smith, ou o sussurro de canção infantil em "The Body Breaks" como uma ressurreição fantasmagórica do Marc Bolan da época do T. Rex acabam sendo redundantes. A única coisa que o ouvinte pode recorrer são as cifras líricas, que oscilam entre a extravagante "Jabberwocky" e poemas com toque de Rimbaud sob os efeitos de LSD — nem sequer os títulos das músicas oferecem uma ajuda no campo semiótico. É inútil tentar entender nomes abusivamente estranhos como "Tit Smoking In The Temple Of Artesan Mimicry"! Talvez "This Beard Is For Siobhán" não seja mais do que um simples improviso. E é aí que está o golpe de mestre de Banhart: soa como se ele não se importasse se alguém está ouvindo ou não. (Miles Keylock)
____________________
01. This Is The Way (Banhart)
02. A Sight To Behold (Banhart)
03. The Body Breaks (Banhart)
04. Poughkeepsie (Banhart)
05. Dogs They Make Up The Dark (Banhart)
06. Will Is My Friend (Banhart)
07. This Beard Is For Siobhán (Banhart)
08. See Saw (Banhart)
09. Tit Smoking In The Temple Of Artesan Mimicry (Banhart)
10. Rejoicing In The Hands (Banhart)
11. Fall (Banhart)
12. Todo Los Dolores (Banhart)
13. When The Sun Shone On Vetiver (Banhart)
14. There Was Sun (Banhart)
15. Insect Eyes (Banhart)
16. Autumn's Child (Banhart)
____________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário