
Isso é jazz vulcânico em forma de jogo com saxofones trocando golpes inarmônicos em canais estéreo distintos (Zorn à direita contra Tim Berne à esquerda) sobre uma panóplia de baterias duelando (Joey Baron contra Michael Vatcher) e dissonâncias de baixo (Mark Dresser). Uma peça criada para alienar propositalmente os puristas bajuladores do jazz? Talvez, mas depois de implodir a pirotecnia das inúmeras mudanças de acordes características do bebop em "Word For Bird", um thrash-jazz minimalista, o grupo vai misturar blues, swing, freejazz e as infames teorias "harmolódicas" de Ornette para criar algo completamente diferente. "Rejoicing" e "Peace Warriors" chocam e deixam estupefatos os ouvintes que devem decodificar freqüências tonais que até então só tinham sido ouvidas em speed metal ou nas colagens de quadrinhos que Carl Stalling compunha.
Os quadrinhos reaparecem na capa assinada por Mark Beyer, que faz um jogo divertido com a forte tendência contra o establishment do jazz que existe no disco. Bem-vindos ao jazz para a geração pós-punk. Como o próprio Zorn diz no texto de apresentação: "O hardcore é quem manda". (Miles Keylock)
____________________
01. WRU (Coleman)
02. Chronology (Coleman)
03. Word For Bird (Coleman)
04. Good Old Days (Coleman)
05. The Disguise (Coleman)
06. Enfant (Coleman)
07. Rejoicing (Coleman)
08. Blues Connotation (Coleman)
09. C And D (Coleman)
10. Chippie (Coleman)
11. Peace Warriors (Coleman)
12. Ecars (Coleman)
13. Feet Music (Coleman)
14. Broadway Blues (Coleman)
15. Space Church (Coleman)
16. Zig Zag (Coleman)
17. Mob Job (Coleman)
____________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário